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  • Foto do escritorElijance Marques

Na contramão


Chegamos a um ponto em que pensar diferente é ofensivo, em que ir na contramão da enxurrada de opiniões é extremamente difícil. E, quando alguém consegue a façanha de não se deixar levar pela correnteza é julgado e condenado como réu de um tribunal onde se considera crime hediondo ser capaz de ter opinião própria.

Muitos abrem mão de exporem suas opiniões por temerem represálias.

Discordar se tornou sinônimo de ignorância e alienação, que, como já se sabe não estão exatamente desse lado da caixa, o lado de fora. Discordar já não é tão simples. Se você não estiver de acordo com a maioria, se vê obrigado a explicar o porquê da sua escolha. Explicação essa que já está fadada a ser vista com rejeição.

Há gente que pensa ser diferente que a maioria, mas no fundo está apenas seguindo o fluxo.

Há gente que só repete o que ouviu, até não se lembrar mais de quando, onde e de quem ouviu, começando a achar que aquela é a sua própria opinião.

Há gente que só segue a corrente.

E há gente que não tem a mínima intenção de se colocar no meio dessa massa de opiniões tão iguais e repetidas que até perderam o sentido. Esses sem querer se destacam na multidão se tornando alvo de críticas ferinas.

Eu quero ser parte dessa última classe de gente. Não quero destaque, também não quero críticas sem fundamento. Mas, se for pra escolher ser mais um no meio de muitos, prefiro a manter a capacidade da minha consciência que pode formular opiniões próprias e coerentes.

Prefiro ser um farol potente no meio dessa névoa espessa e escura.

Prefiro ser alvo de críticas do que da alienação disfarçada de iluminação.

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